Desempenho da Ambev no 2T25: Resultados Abaixo do Esperado e Repercussões no Mercado
Na manhã desta quinta-feira, a Ambev divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2025, que desapontaram analistas e investidores, refletindo a pressão do mercado com ações em queda. Neste artigo, vamos explorar os principais pontos dessa divulgação e suas possíveis repercussões para o futuro da empresa.
A gigante brasileira de bebidas, Ambev, divulgou seus resultados financeiros do 2T25 nesta manhã de quinta-feira (31), e as expectativas foram frustradas. Segundo o Goldman Sachs, as ações da companhia caíram 6,31%, alcançando R$ 12,32 no início das negociações. O principal motivo para essa queda foi a queda de 9% no volume de cerveja no Brasil, além de um lucro líquido 7% inferior ao esperado, conforme mostrou o consenso do Bloomberg.
Em meio a um contexto de inflação crescente e aumento da concorrência — especialmente da Heineken —, o Goldman Sachs vê pressões futuras que podem impactar negativamente a performance da Ambev. “O cenário de consumo se mostra fraco, e isso justifica a revisão para baixo da avaliação das ações”, comenta a equipe do banco.
O resultado da Ambev no segundo trimestre apresentou a receita líquida de R$ 20,1 bilhões, um modesto crescimento de apenas 0,2% em relação ao ano anterior. Essa alta não foi suficiente para atender às expectativas do mercado, ficando 4,6% abaixo das estimativas da JPMorgan, que atribui essa desilusão à expressiva baixa nos volumes de cerveja no Brasil, que recuaram 8,9% quando comparados ao mesmo período do ano passado.
Diante desses números desapontadores, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) alcançou R$ 6,153 bilhões, em linha com as estimativas do JPMorgan, provocando uma ligeira melhora em relação a anos anteriores, mas ainda insuficiente para impressionar analistas. Apesar do aumento do Ebitda em 5,9%, a percepção do mercado é de que a Ambev enfrenta desafios que podem impactar sua trajetória.
Um dos pontos mais discutidos foi a manutenção da projeção de custos, onde a Ambev parece focada em controlar os impactos cambiais e de commodities. A equipe de analistas do JPMorgan acredita que as ações da companhia irão sofrer uma reação negativa e prevê revisões nas estimativas do consenso em virtude da queda nos volumes de cerveja, uma fraqueza já sinalizada anteriormente pela Heineken.
Enquanto isso, a XP Investimentos avaliou que a Ambev teve um trimestre de difícil leitura. A companhia parece estar tomando medidas para contornar as dificuldades, incluindo reajustes de preços, mas isso tem se mostrado insuficiente em um cenário de consumo fraco e de condições climáticas adversas.
Resultados mistos são tão impactantes quanto as expectativas frustradas, especialmente quando se trata de volume. As vendas de cerveja poderiam ter apresentado um desempenho melhor, se não fosse por um clima frio que ocasionou uma significativa diminuição na demanda. As dificuldades climáticas foram apontadas como responsáveis por 60% da queda no volume do trimestre, gerando uma queda significativa nas vendas.
A Ambev anunciou a distribuição de dividendos intermediários de R$ 2 bilhões, mantendo o valor em relação ao primeiro trimestre. No entanto, esses dividendos, considerados baixos, não devem ser um atrativo significativo para os investidores, que esperam uma recuperação mais robusta.
Em termos operacionais, o desempenho da unidade de cervejas no Brasil não foi o que o mercado esperava. A queda nos volumes foi significativa, e a estratégia de preços pós-Carnaval também não contribuiu para a recuperação de participação de mercado, uma vez que a empresa observou um recuo nas vendas.
À medida que os analistas avaliam a performance da Ambev, os bancos estão se preparando para discussões sobre a elasticidade de preços da cerveja. O Itaú BBA observa que a frustração com os volumes pode dificultar a compensação das pressões inflacionárias.
Em suma, o resultado do 2T25 da Ambev trouxe mais perguntas do que respostas. As incertezas sobre o futuro da empresa e o impacto das condições de mercado certamente estarão no centro das discussões financeiras nos próximos dias.
Curiosidades sobre a Ambev no 2T25
- A receita líquida da Ambev foi de R$ 20,1 bilhões, com uma modesta alta de apenas 0,2%.
- O volume de cerveja no Brasil caiu 9% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
- A Ambev anunciou dividendos de R$ 2 bilhões, o que foi considerado abaixo das expectativas dos investidores.
- O clima frio em junho foi responsável por 60% da queda no volume de vendas no trimestre.
- O Goldman Sachs e a XP Investimentos acreditam que as ações da Ambev reagirão negativamente a esses resultados.
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